Cadernos de Saint Paul

  "Já não me lembro sequer por que tínhamos discutido. Mas eu tinha sido cruel para com ela, disso eu me lembro. Ela chorava convulsivamente. Eu não sabia o que mais dizer.
          - Desculpa, desculpa, desculpa... 
          De costas voltadas para mim, limpou as lágrimas com gestos enérgicos e disse: 
          - Para que eu possa aceitar as tuas desculpas, preciso de ver sangue. 
          - Sangue de quem? Meu ou teu? – exclamei eu, irado. 
          Virei-lhe costas e dirigi-me para a cozinha. Agarrei numa faca, e segurando-a com firmeza, regressei para junto dela. 
          - Peço muita, muita desculpa, meu amor... 
        Desferi vários golpes no meu braço esquerdo. Mesmo assim, ela não me desculpou se não passados alguns dias. (...)"



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