Quando chega a noite, a cidade inicia a sua transformação. Turbas ruidosas e sedentas invadem-na por todos os lados, trazendo consigo uma miríade de sons e cores. Caminham sobre garrafas partidas e seringas esquecidas, acotovelando-se por ruas estreitas e sujas. Um intenso cheiro a suor eleva-se dos seus corpos quentes e ansiosos. Os murmúrios mercantis do comércio da carne confundem-se com a música vinda dos bares apinhados de gente. À medida que o calor aumenta, a procura de álcool torna-se cada vez mais frenética. Depois da sede saciada, os corpos exaustos partem em direcção à casa. A noite começa então a morrer, e a cidade mergulha num torpor fúnebre.
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