"(...) ‘Espero não estar a aborrecê-lo, Sr. Dornbusch’,
desculpou-se ela, acendendo um cigarro, expelindo o fumo com uma expressão de
prazer.
‘Não, não está’, respondi eu, o mais sinceramente possível.
Os nossos amigos em comum, o psicanalista Philip Breitman e a sua
esposa, Felicia, tinham-nos convidado para passar o fim-de-semana na quinta que
possuíam nos arredores de Saint Paul. Tanto os anfitriões como a maioria dos
convivas tinham ido dar um passeio a cavalo pela propriedade. Planeara ficar à
beira da piscina na companhia de uma bebida gelada e um livro que andava a
evitar ser lido por mim há demasiado tempo. Pelos vistos, Elina Lowensohn
também partilhava da minha inépcia nas artes equestres, pedindo permissão para
se juntar a mim. Sabendo que era pintora, perguntara-lhe se sempre tinha sido
artista, que não, que exercera psiquiatria durante muitos anos. Daí até à
narração do caso de Ian Fallon fora um nada. O maldito livro conseguira uma vez
mais protelar ser lido."
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