Srª Sands

              
               (...) ‘Temos que conversar acerca do seu… filho.’
              ‘O que se passa, Dr.? Está tudo bem com ele? Há algo de errado?’
              ‘É um assunto delicado. Não será melhor pedir ao seu marido para estar presente?’
              ‘Sou viúva. Diga-me o que se passa.’
              ‘Vou ser directo e honesto consigo. O seu bebé é uma criança intersexual. Isso significa que, embora pareça ser do sexo masculino, ele possui cromossomas femininos e masculinos.’
              ‘O meu filho é um hermafrodita?’
              ‘Intersexual. O termo «hermafrodita» deixou de ser política e cientificamente correcto há muito tempo.’
              ‘Por que não me disse isso antes? Nos exames que me fizeram… Ninguém viu que havia algo de errado com o meu bebé?’
             ‘Isso é verdade. O problema, problema entre aspas, devo sublinhar, do seu filho foi detectado precocemente e submetido ao Conselho Superior de Bioética. O seu parecer foi muito claro: toda a vida intra-uterina pertence a Deus. Somente após o nascimento, com a existência jurídica e civil atribuída à criança, é que nós, médicos, podemos intervir. Mesmo nessa altura, todo o processo é supervisionado pelo Conselho. Agora… vou ter de lhe pedir que tome uma decisão muito difícil.’"

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